Sindicato da Embraer busca destituição da diretoria do fabricante de aviões após acordo fracassado da Boeing

Embraer disse que o sindicato estava “usando alegações infundadas e distorcendo informações para confundir a opinião pública e os trabalhadores da empresa”.

Um sindicato que representa trabalhadores da Embraer entrou com uma ação na sexta-feira tentando demitir a diretoria da empresa, depois que um acordo de US$ 4,2 bilhões com a Boeing Co. entrou em colapso em meio à pandemia, afirma a fabricante de aviões brasileira, classificando a ação da diretoria como um ato de “má fé”.

O acordo fracassado deixou a fabricante de aviões brasileira lutando para encontrar um novo caminho a seguir, com a pandemia de coronavírus destruindo a demanda de viagens.

A Embraer disse que o sindicato estava “usando alegações infundadas e distorcendo informações para confundir a opinião pública e os trabalhadores da empresa”. Ela acrescentou que ainda não foi intimada.

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O processo é a mais recente dor de cabeça para a Embraer após o seu rompimento com a Boeing. Sob o acordo assinado em 2018, a Boeing compraria a maioria da unidade de aviação comercial da Embraer para enfrentar a Airbus no segmento de jatos de médio alcance.

Mas o acordo entrou em colapso na penúltima hora em abril, deixando a Embraer e a Boeing apontando os dedos uma para a outra.

O processo acusa a diretoria da Embraer de ter permitido à Boeing realizar o que equivalia a “espionagem”, fazendo com que seus engenheiros americanos trabalhassem na unidade de pesquisa e desenvolvimento da Embraer durante o período em que o acordo parecia, de fato, se concretizar.

Durante a pandemia, ela registrou uma perda de US$ 210 milhões no último trimestre e, agora, a Embraer está sendo apoiada pelo governo através de um empréstimo de US$ 600 milhões. A empresa disse nesta semana que estava negociando um programa de aquisição.

O sindicato alega em documentos judiciais que a diretoria da Embraer “opera criando perdas bilionárias e repassando o custo de sua incompetência aos trabalhadores”.

A fabricante de aviões disse que as reivindicações do sindicato mostraram “ignorância sobre a empresa e sua administração”.

O acordo da Boeing-Embraer estava sujeito a várias ações judiciais, inclusive pelo sindicato dos metalúrgicos que tentava impedi-lo. Alguns juízes inicialmente concordaram em bloquear o acordo, mas os juízes de segunda instância finalmente derrubaram todas as objeções.