JBS, frigorífico brasileiro, recompra US$ 875 milhões em títulos

A empresa resgatará US$ 425 milhões de suas notas de 6,25% com vencimento em 2023 e US$ 450 milhões de suas notas de 5,875% com vencimento em 2024.

A produtora brasileira de carne JBS SA resgatará U $ 875 milhões em títulos em agosto, informou a empresa em um documento divulgado na sexta-feira (10).

De acordo com o documento, a empresa resgatará US$ 425 milhões de suas notas de 6,25% com vencimento em 2023 e US$ 450 milhões de suas notas de 5,875% com vencimento em 2024.

JBS poderá exportar carne aos EUA de onze frigoríficos

A reabertura do mercado dos Estados Unidos à carne bovina brasileira beneficiará inicialmente cinco empresas, de acordo com fontes. JBS, Minerva, Marfrig, Frisa e Mataboi contarão com unidades autorizadas a vender aos americanos.

Ao todo, 21 abatedouros estarão habilitados em um primeiro momento, mas JBS e Marfrig trabalham para ampliar o número de plantas autorizadas, de acordo com duas fontes.

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Por ora, a JBS é a empresa com o maior número de abatedouros autorizados. São 11 plantas, mas o número poderá chegar a 14 com a ampliação pretendida.

A Marfrig conta com três frigoríficos habilitados para os Estados Unidos, mas pretende conseguir a liberação para mais cinco plantas, apurou o Valor.

A Minerva, por seu turno, já contará com cinco abatedouros autorizados. Frisa e Mataboi devem ter, cada um, uma unidade habilitada.

Na indústria, poucos arriscam estimar o potencial de exportações para o mercado dos Estados Unidos. Em 2016, quando o mercado foi aberto para o produto in natura pela primeira vez, especialistas estimavam que o mercado poderia render, no máximo, US$ 300 milhões por ano. O Brasil deve exportar, principalmente, cortes do dianteiro bovino para a fabricação de hambúrguer nos EUA.

Mas o mercado global de carne bovina mudou de lá para cá, sobretudo no último ano. Há escassez de carne na Ásia devido ao surto de peste suína africana e problemas na produção de importantes países exportadores de carne.

De acordo com um executivo de um grande frigorífico, o clima desfavorável na Austrália terá impacto relevante nas exportações do país. Como os Estados Unidos são o principal cliente da Austrália, a expectativa é que os frigoríficos brasileiros possam ocupar parte do espaço do país da Oceania no mercado americano.

No ano passado, a Austrália foi o segundo maior país exportador de carne bovina, somente atrás do Brasil, de acordo com estimativas do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). Os australianos respondem por 16% das exportações globais e os brasileiros, por 20%.

A reabertura do mercado americano também vem em boa hora para as negociações dos frigoríficos brasileiros com os importadores chineses, observou o executivo. Neste momento, a China está oferecendo preços menores pelos cortes do dianteiro bovino do Brasil.

Ainda que a demanda dos EUA seja bem menor do que a chinesa — o país asiático é o maior comprador do produto brasileiro —, a chegada de um comprador com o peso dos americanos pode ajudar nas conversas com os chineses, avaliou o mesmo executivo.

Conforme o USDA, a China é a maior importadora de carne bovina. No ano passado, o país asiático respondeu por 25% das importações. Os EUA aparecem na segunda posição, com uma participação de 15,2% nas importações.