Empresa norte-americana Blueprint também pode receber até US$ 927 milhões em pagamentos por marcos conquistados.

A Roche fechou um acordo de US$ 1,7 bilhão com a Blueprint Medicines (BPMC.O), informou a empresa nesta terça-feira, enquanto avanços nos testes genéticos para mutações raras de câncer geram acordos lucrativos para os tratamentos caros.

A empresa norte-americana Blueprint, que trabalha com a Roche desde 2016, também pode receber até US$ 927 milhões em pagamentos por marcos conquistados, mais royalties sobre vendas fora dos Estados Unidos, informou a Roche em comunicado.

Mutações no gene RET podem impulsionar o crescimento do tumor, mas, como essas alterações genéticas ocorrem em apenas uma fração dos pacientes com câncer de pulmão ou tireóide, o teste genético é fundamental para prescrever os medicamentos mais benéficos.

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A divisão de diagnóstico da Roche é fundamental para um acordo que permitirá à empresa expandir um portfólio de medicamentos como Alecensa e Rozlytrek, que exigem testes para determinar quais pacientes serão beneficiados.

“Vamos alavancar nosso alcance e conhecimento global em oncologia, bem como nossas capacidades em diagnóstico”, disse James Sabry, chefe de parcerias da Roche.

Além do câncer de pulmão, o Blueprint também enviou o pralsetinibe à Food and Drug Administration (FDA) dos EUA para o tratamento de cânceres avançados de mutação RET mutante e RET positivo para a fusão.

A Roche e a Blueprint não estão sozinhas na combinação de diagnósticos sofisticados com medicamentos de nicho.

Eli Lilly e Co (LLY.N) e Vitrakvi, da farmacêutica alemã Bayer (BAYGn.DE), também têm como alvo tumores com raras mutações identificadas por testes. A Novartis (NOVN.S) e a Incyte(INCY.O), por sua vez, receberam aprovação este ano para o medicamento para câncer de pulmão chamaso Tabrecta, que também exige testes genéticos.

Tabrecta e Vitrakvi dependem de um teste diagnóstico da unidade de diagnósticos da Fundação de Medicina da Roche.

Embora essas mutações genéticas afetem relativamente poucos pacientes, as empresas pretendem transformar seus medicamentos em sucessos de bilheteria, comandando preços que chegam a dezenas de milhares de dólares por mês.

Tabrecta custa US$ 18.000 por mês, o Rozlytrek da Roche tem o mesmo preço e o Vitrakvi custa US$ 32.800 por mês.