5 tendências que vão marcar o segmento de luxo até 2025

O mercado global de bens pessoais de luxo continua crescendo, seguindo um ano de forte desempenho em 2019. Neste ano, o setor teve 6% de crescimento, movimentando €260 bilhões em vendas, que devem se elevar para €271 a €276 bilhões em 2020, registrando um crescimento esperado de 4% a 6%. Os números são de um relatório divulgado pela consultoria Bain & Company.

O movimento é impulsionado principalmente pela aceleração do gasto interno dos consumidores da China continental – termo geográfico que exclui Hong Kong e Macau – e pelo aumento do turismo europeu que, impulsionou o crescimento positivo na região durante a temporada de férias de 2019.

Enquanto isso, foi registrado um enfraquecimento da confiança do consumidor e diminuição no tráfego em shoppings e lojas de departamento na América do Norte.

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A consultoria analisou os mercados asiático, europeu e norte-americano. Nos Estados Unidos, a Bain & Company prevê um crescimento um pouco abaixo da média global: 2 a 4% em 2021.

A empresa explica que a estimativa de aumento tímido nas vendas do setor se deve à queda da confiança do consumidor norte-americano.

Na Europa, a previsão é de 1% a 3% de alta em 2020. “No futuro, a revolução sociopolítica e o enfraquecimento das perspectivas macroeconômicas continuam a representar uma ameaça aos gastos da região com bens de luxo pessoais”, indica a consultoria no relatório.

Na China continental, o crescimento fica muito acima da média. Os consumidores locais demonstram uma forte preferência pela compra de bens de luxo de empresas chinesas. A Bain & Company prevê crescimento de 18% a 20% e atribui a estimativa de crescimento robusto a iniciativas governamentais, alta confiança do consumidor e harmonização dos preços no país.

A partir de dados fornecidos por ela ao longo dos últimos meses, elaboramos uma lista do que deve nos esperar até 2025.

Mega tendências

A pesquisa da Bain & Company identifica cinco mega tendências que provavelmente moldarão a próxima geração de luxo a longo prazo:

1. Crescimento do mercado interno da China – As vendas de luxo dentro do país subiram 18% no último ano, chegando a €23 bilhões. Foram impulsionadas mais por demanda interna do que por aumentos de preços. É um indicador de que a voracidade com que os chineses consomem produtos desse segmento no exterior deve dar lugar a vendas domésticas. A previsão é que, até 2025, eles respondam por 45% do mercado AAA (hoje estão em 32%)

2. Canais digitais envolvidos em toda e qualquer compra de luxo – Mesmo quem não adquirir os produtos diretamente pela internet, passará por apps e sites de pesquisa (de preços, por exemplo) antes de efetuar a compra.

3. (Quase) ninguém tem dinheiro – Em papel-moeda, pelo menos. A Bain estima que as transações em dinheiro vivo devem encolher 80% devido a pagamentos biométricos, por celular ou mesmo com criptomoedas.

4. A reinvenção das lojas – Pontos de venda físicos como os que conhecemos hoje tendem a desaparecer, a exemplo do que aconteceu com estabelecimentos de discos e CDs. Com a ascensão das transações digitais, lojas terão outro papel, mais ligado a experiências de consumo e branding.

5. Consumidores mais jovens e questionadores – Consumidores das gerações Y e Z representarão cerca de 55% do mercado e, daqui até lá, contribuirão com um crescimento de 130% do segmento.