Volkswagem é a mais recente montadora a explorar o mercado de títulos verdes

A empresa Volkswagen AG está realizando sua estreia com títulos verdes, algum tempo depois da Daimier AG, enquanto as demais montadoras optaram por recorrer a investidores socialmente responsáveis ​​para auxiliar no pagamento pela mudança extremamente cara para os veículos elétricos.

A montadora dos veículos das marcas VW e Audi está oferecendo dois títulos em euros com vencimento em oito e 12 anos. A empresa, uma das maiores mutuários corporativas da Europa, apresentou uma estrutura de financiamento verde em março, no momento em que as turbulências do coronavírus fechavam os mercados de títulos.

A primeira venda de títulos verdes da VW, junto com os enormes planos de emissão da União Europeia , ajudam a impulsionar ainda mais o mercado da dívida ambiental, ao adicionar maior tamanho e variedade ao setor tradicionalmente dominado por bancos, serviços públicos e governos. 

A empresa também poderá se beneficiar do aumento do apetite dos investidores por títulos verdes – especialmente de novos emissores – o que ajudou a Daimler e a Alemanha a precificar as vendas de estreia com desconto em relação às ofertas tradicionais.

Segundo Michael Kobel, gerente de portfólio da Union Investment na Alemanha, a demanda por ativos verdes é enorme, havendo um número crescente de emissores no que diz respeito a diversificação e mais oportunidades de investimento.

O intuito da VW é utilizar os fundos verdes para auxiliar no pagamento dos projetos de veículos elétricos e estações de recarga, enquanto busca desafiar a Tesla Inc. e a  Renault SA  no crescente mercado de carros movidos a bateria.

A empresa pretende lançar cerca de 75 novos modelos de carros elétricos até 2029, de acordo com sua estrutura de financiamento verde, no entanto, infelizmente, os esforços foram dificultados por problemas de software no modelo ID.3.

O interesse dos investidores nos títulos verdes pode vir a demonstrar que eles ignoraram a Dieselgate e estão mais voltados para o futuro e que isso acarretaria em empresas com práticas mais sustentaveis no futuro, segundo acredita Daniel Ender, estrategista de crédito do ABN Amro Bank NV, com sede em Amsterdã.