Em Londres, bolsa de valores com peso na Europa enfrenta Brexit

A abordagem do Brexit faz com que Londres enfrente a perda de seu papel como centro indiscutível de negociação de ações da Europa e, com ela, bilhões de euros no comércio diário.

Mais da metade do volume em Londres está em ações de empresas da União Europeia, e incorre no risco de migrar para a UE sem um avanço nas negociações, de acordo com dados mantidos pela Cboe Global Markets Inc. 

Apesar da perda de prestígio da cidade, os maiores perdedores seriam investidores, pois quanto mais fragmentado o comércio, piores serão os preços resultantes.

As empresas sediadas nos 27 países da União Europeia contribuem com mais da metade do valor de todas as ações negociadas no Reino Unido. Em agosto, essa média foi de 7,2 bilhões de euros (US$ 8,5 bilhões), ou cerca de 60% dos 12,5 bilhões de euros de ações que mudam de mãos diariamente, de acordo com a Cboe, cujos dados cobrem as negociações atualmente realizadas no Reino Unido pela CBOE Europe, Aquis Exhange Plc, a London Stock Exchange Group Plc e instalações administradas por vários bancos.

A chave para manter o status quo é uma descoberta conhecida como “equivalência”, feita pela UE, de que as regulamentações do Reino Unido são tão robustas quanto as do bloco; o que permitiria aos comerciantes europeus comprar e vender ações nos mercados de Londres. Isso está longe de ser uma certeza, conforme os suíços aprenderam. 

No ano passado, a UE retirou a equivalência da Suíça, efetivamente proibindo a negociação de títulos listados na UE por lá. A Suíça retaliou proibindo a negociação de ações suíças em locais da UE. Embora o volume em Zurique tenha aumentado, os custos de negociação para ações suíças de média e pequena capitalização aumentaram cerca de 20% logo depois que a UE parou de reconhecer a SIX Swiss Exchange AG, de acordo com a Virtu Financial Inc.

O Reino Unido ainda não definiu sua política sobre exigir ou não que os comerciantes do Reino Unido negociem com o Reino Unido ou outras ações internas.