Risco fiscal é preocupação e está atrapalhando investimentos, diz Campos Neto

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira que o risco fiscal está atrapalhando investimentos e que esta é uma das principais preocupações da autoridade monetária

Em participação em conferência virtual promovida pela Chatham House e pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), ele destacou a necessidade de o país dar mensagem de volta à disciplina fiscal.

A grande quantidade de dinheiro gasto na crise do coronavírus colocou o Brasil em uma das piores condições dentre os emergentes.

De acordo com a avaliação de especialistas do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), feita durante um seminário online que aconteceu na manhã desta segunda-feira (28) com o objetivo de traçar algumas perspectivas para a economia brasileira, o risco fiscal está em toda parte e a retomada é heterogênea,

“Diferentemente da zona do euro e dos Estados Unidos, onde vemos os Bancos Centrais quase de joelhos pedindo ao Congresso que mantenha o apoio fiscal, porque sabem que só a política monetária não vai resolver a crise, no Brasil temos um desconforto com as contas públicas. E o risco fiscal está em toda parte: no câmbio, com a nossa moeda sofrendo mais depreciação frente ao dólar que os pares da América Latina, nos níveis de juros, na inclinação das curvas de juros, etc”, diz José Júlio Senna, chefe do centro de estudos monetários do Ibre/FGV e ex-diretor do Banco Central.