O Facebook e o Twitter podem enfrentar a proibição russa novamente, desta vez por denunciar a mídia afiliada ao estado da Rússia

Os legisladores russos estão fartos das plataformas americanas de mídia social que rotulam os estabelecimentos afiliados ao estado russo como estabelecimentos afiliados ao estado russo.

Nos últimos anos, o Facebook e o Twitter enfureceram veículos como o Sputnik e o RT, removendo algumas de suas páginas por “comportamento inautêntico” e cortando sua publicidade depois que a inteligência dos EUA disse que eles tentaram interferir nas eleições de 2016. As plataformas também começaram recentemente a alertar os usuários para o fato de que as contas dos pontos de venda e de seus funcionários estão vinculadas ao Estado russo.

Tanto a RT quanto o Sputnik reclamaram que eles, e alguns veículos chineses, estavam sendo tratados injustamente – eles notaram que os mesmos rótulos não estavam sendo aplicados a emissoras públicas ocidentais, como a BBC do Reino Unido e a NPR dos Estados Unidos.

Na quinta-feira, legisladores do partido Rússia Unida de Vladimir Putin assumiram seu porrete em nome da mídia afiliada ao estado, propondo um projeto de lei que permitiria o bloqueio das plataformas de mídia social dos EUA por discriminar os veículos russos.

É difícil dizer se a ameaça de bloqueio, a ser executada pelo regulador de comunicações russo Roskomnadzor, é ociosa.

O LinkedIn da Microsoft foi proibido na Rússia por vários anos porque a empresa se recusou a armazenar os dados pessoais de seus usuários russos em solo russo.

No entanto, enquanto as autoridades russas há anos vêm tentando sem sucesso fazer com que o Facebook e o Twitter cumpram a mesma lei, a ameaça de indignação pública com tal movimento os restringiu a meramente emitir multas – cada empresa teve que pagar menos de – gritantes US$ 63.000 no início deste ano.

Nem o Facebook nem o Twitter haviam, no momento da redação, respondido a um pedido de comentários sobre a última proposta legislativa.

O governo de Putin impôs uma ampla gama de medidas restritivas ao uso da Internet na Rússia, incluindo processos por compartilhamento de memes que zombam de figuras religiosas, executando uma lista cada vez maior de sites e serviços proibidos e proibindo o uso de redes privadas virtuais (VPNs) que pode ser usado para contornar esses bloqueios.

No entanto, esse sistema de censura foi enfraquecido há vários meses, graças a uma série de decisões do Tribunal Europeu de Direitos Humanos – que disse que as medidas de bloqueio de sites da Rússia eram excessivas e violavam a liberdade de expressão – e da embaraçosa queda de Roskomnadzor em relação ao bloqueio de Telegram, um serviço de mensagens criptografadas que se recusou a entregar às autoridades suas chaves de criptografia e que sobreviveu com sucesso aos esforços do regulador para impedir os russos de acessá-lo.