Entenda como o ramo de delivery tem movimentado as fusões e aquisições

À medida que mais pessoas trabalham em casa, aprendem online e se distanciam socialmente, passam também a comprar produtos e serviços que atendem às suas necessidades emergentes. Como resultado, a negociação está aumentando em alguns setores, incluindo entrega de alimentos.

A entrega de comida é apenas o começo para o Uber Eats-Postmates e essa tendências vem impulsionando as fusões e aquisições no ramo de alimentos.

Com os consumidores sendo colocados em quarentena e as refeições internas fechadas, os serviços de entrega de comida e mercearia dispararam. Uma empresa que se tornou particularmente popular é a Instacart, voltada para serviços de entrega de alimentos cuja avaliação atingiu US$ 13,7 bilhões em 2020 em uma rodada de financiamento depois que sua popularidade explodiu com um fluxo de pessoas que ficavam em casa sob confinamento de pandemia. 

O novo valor corresponde ao preço que a Amazon.com Inc. (Nasdaq: AMZN) pagou para adquirir a Whole Foods em 2017 e é um salto significativo da avaliação da Instacart de US$ 7,9 bilhões em 2018. A Instacart levantou US$ 225 milhões na rodada de financiamento. A DST Global e a General Catalyst juntaram-se ao investidor existente D1 Capital Partners na rodada.

Ainda em setembro, a Instacart anunciou uma parceria com a 7-Eleven, uma das maiores redes de lojas de conveniência. 

No entanto, não é apenas a Instacart que está atraindo investidores. A Uber Technologies Inc. (NYSE: UBER) está comprando a Postmates Inc. por US$ 2,65 bilhões. A aquisição ajudaria o Uber a ganhar terreno contra a DoorDash Inc., atual líder de mercado de entrega de alimentos nos Estados Unidos. Embora a Postmates não tenha acompanhado o DoorDash, ela mantém uma posição forte em Los Angeles e no sudoeste americano, que podem ser valiosas para o Uber Eats.

O Uber e os Postmates há muito compartilham a crença de que plataformas podem fornecer muito mais energia do que apenas entrega de comida – eles podem ser uma parte extremamente importante do comércio e das comunidades locais, ainda mais importante durante crises como a Covid-19.

Just Eat Takeaway.com NV está comprando a Grubhub Inc. (NYSE: GRUB) por US$ 7,3 bilhões, em um negócio que cria uma das maiores empresas de entrega de refeições do mundo. O negócio limita o Uber, que estava em negociações de aquisição com a Grubhub há meses, de acordo com a Bloomberg News.

Ao que se pode perceber, a entrega de alimentos é uma das poucas partes da economia a se beneficiar da disseminação do coronavírus em 2020. No entanto, as margens de lucro são apertadas ou inexistentes na entrega de alimentos devido à intensa competição para assinar os acordos de entrega dos restaurantes mais populares e agregar clientes. 

Analistas há muito afirmam que o modelo não lucrativo de entrega de alimentos é insustentável e devem esperar consolidação. A Grubhub lançará Just Eat Takeaway no mercado dos EUA, ampliando seu alcance já global que inclui Austrália, Brasil, Canadá e sua base na Europa. Jitse Groen, o bilionário holandês que criou o Takeaway em 2000 em seu dormitório na universidade, tem procurado expandir-se agressivamente no ano passado.