Em meio a uma nova realidade do petróleo, a Chevron luta para se manter

Das empresas mais afetadas pela pandemia, a Chevron está perto do topo. Os preços do petróleo despencaram no início deste ano, depois que ficou claro que a economia mundial – e todos os deslocamentos, caminhões e remessas que a abastecem – entrariam em bloqueio.

Para piorar as coisas, o setor de energia vinha buscando uma expansão da fracturação por duas décadas. Não importava que muitos especialistas previssem que o mundo havia alcançado ou estava perto de atingir o “pico do petróleo”, o ponto em que o consumo global de petróleo começaria a cair devido a uma mudança para fontes de energia mais sustentáveis.

O CEO da Chevron, Michael Wirth, reconheceu as dificuldades atuais na área de petróleo, bem como que o petróleo teria um papel importante na economia global no futuro previsível.

Ainda assim, a Chevron, que bombeia petróleo para todos os lugares, do Texas à Nigéria e Cazaquistão, tentou resistir à crise atual cortando milhares de empregos e reduzindo os gastos planejados em bilhões de dólares nos próximos anos. Nos últimos 12 meses, a empresa baixou o valor de seus campos de energia em quase US$ 16 bilhões, uma admissão de que não haverá uma recuperação rápida.

A complexidade da situação da Chevron e de seus rivais é agravada por um cálculo global das mudanças climáticas. Quase 190 países assinaram o Acordo de Paris, um plano para reduzir as emissões de carbono. Enquanto isso, as Nações Unidas estão pressionando os países a alcançarem emissões líquidas de carbono zero até 2050. Ambos os planos exigiriam que os países fizessem uma mudança dramática para a energia renovável e renunciassem ao petróleo e ao gás natural.

Chevron e o resto da indústria de energia podem, no entanto, desempenhar um grande papel, mudando mais seu foco para a energia verde. A empresa inclusive possui um projeto existente na Austrália que envolve pegar as emissões de dióxido de carbono e armazená-las no subsolo, e outro que transforma metano de esterco de vaca leiteira em gás natural.

Mas alcançar qualquer redução significativa nas emissões de carbono exigirá ferramentas adicionais, e a Chevron, está investindo em várias tecnologias livres de carbono, incluindo fusão nuclear e hidrogênio. No entanto, mesmo que os países atinjam suas metas de carbono, os combustíveis fósseis ainda farão parte da matriz energética.