O novo Pix do Banco Central surge atrelado a promessas de cashback e pagamentos programados

O Banco Central lançou nesta segunda-feira o aguardado sistema de pagamentos instantâneos Pix, prometendo novas funcionalidades para o ano que vem e bem como buscando minimizar as intercorrências registradas até aqui, negando instabilidade nas liquidações das operações.

Em coletiva de imprensa, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e o diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução, João Manoel de Mello, afirmaram que tanto o ‘cashback’ quanto o Pix garantido, que embutirá uma funcionalidade de crédito, ficarão para o primeiro semestre do ano que vem.

No cashback, os clientes poderão pagar a mais aos estabelecimentos comerciais para receberem, além do produto efetivamente comprado, o troco em dinheiro.

Campos Neto frisou que há muitas cidades no país sem caixa eletrônico ou agência bancária e que esse mecanismo acabará facilitando o acesso dos consumidores a recursos em espécie, ao mesmo tempo em que permitirá que lojistas não tenham a necessidade de arcar com custo grande de segurança para manutenção e transporte de valores.

Mello, por sua vez, explicou que o Pix garantido será uma espécie de transação irrevogável, como os parcelamentos feitos no cartão de crédito, que são garantidas pelo banco emissor.

“Essa mesma funcionalidade estará prevista no Pix”, disse.

Mais cedo nesta segunda-feira, Campos Neto havia defendido que o Pix dá o pontapé a uma grande evolução em meios de pagamento, com demanda da sociedade por algo que seja rápido, barato, seguro, transparente e aberto –elementos presentes nas transações feitas pelo sistema.

O pagamento instantâneo pelo Pix funcionará 24 horas por dia, todos os dias do ano, a um custo operacional significativamente mais baixo que o de modalidades já consolidadas no mercado, como transferências do tipo TED ou DOC e pagamentos por cartões de crédito e débito. Segundo o BC, o custo do Pix é de 1 centavo para 10 transações.

As operações de pessoa física para pessoa física são gratuitas desde que feitas por meios eletrônicos. As compras feitas por cidadãos com o Pix tampouco podem ser tarifadas. Em contrapartida, os bancos poderão taxar as transações com Pix feitas entre empresas, tanto na ponta do pagador quanto do recebedor.

Não há, a princípio, limite para o valor das operações, ainda que as instituições financeiras possam estabelecer restrições, desde que sejam iguais às aplicadas nas demais transações já ofertadas.

As transações via Pix poderão ser feitas com a utilização de chaves, como o número de celular, CPF, CNPJ ou e-mail. Embora as chaves não sejam obrigatórias, o BC acredita que elas conferem agilidade às transações e acabarão sendo predominantes. Sem seu uso, os usuários têm que informar dados bancários a exemplo do que acontece com TEDs e DOCs.